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Nos últimos cinco anos, mulheres são maioria no Doutorado da UFSM

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Foto: Renan Mattos (Diário)

Dados a nível nacional mostram que a quantidade de doutoras tituladas a cada ano cresceu 61% de 2013 a 2019, conforme informações compiladas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Além disso, os dados dão conta de que as mulheres são maioria em relação aos homens. Só em 2019, que foi o último ano com levantamento completo, 13.419 mulheres foram tituladas no Brasil, enquanto o número de doutores homens foi de 11.013.

Custo da pesquisa aumentou e recursos se mantiveram ao longo dos últimos cinco anos

Essa realidade se reflete também na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Conforme dados da instituição, entre 2015 e 2020, o número de mulheres que ingressaram no Doutorado, com duração média de quatro anos, é 60,6% maior do que o de homens. O total de mulheres que ingressou é de 1.604, enquanto o número de homens foi de 1.042. O número de doutoras e doutores formados neste mesmo período segue a proporção (61%): 1.071 mulheres e 683 homens.

O trabalho das mulheres tituladas nesses anos contribui para a busca de soluções de demandas da sociedade. É o caso de Larissa Paim Bernardo, doutora em Biodiversidade Animal desde 2017 pela UFSM. Hoje ela é bióloga analista do Unilab da Unijuí, atuando nos diagnósticos moleculares de Covid-19. Em relação à vida acadêmica, Larissa diz ser difícil balancear as longas horas no laboratório com a maternidade.

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- Por aproximadamente um ano, eu dividi a atenção da minha tese com a minha pequena. Quando eu defendi, minha filha tinha um ano e sete meses, e não foi fácil conciliar tudo isso. A produtividade acadêmica cai muito, e isso é determinante para o ingresso no mercado de trabalho posterior. Normalmente, as mulheres já precisam produzir muito mais para serem reconhecidas igualmente no meio acadêmico, agora imagina sendo mãe durante a pós-graduação? - revela Larissa.

O relato de Larissa corrobora com dados levantados pelo projeto Meninas na Ciência, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). As mulheres são maioria nas universidades, porém, quando se trata de mercado de trabalho, faltam incentivos e reconhecimento, que são alguns dos agravantes que resultam em salários menores. Em paralelo a isso, conforme dados do projeto, as mulheres costumam trabalhar em média 7,6 horas semanais a mais do que os homens nos afazeres do lar.

UFSM tem 14 pesquisadores entre os mais influentes do mundo

- No mercado de trabalho, as dificuldades enfrentadas são as que acumulamos ao longo da formação. Acredito que a queda de produtividade, sem dúvidas, é o nosso gargalo profissional. Saímos prontas da pós-graduação, mas nem sempre temos a oportunidade de devolver para a sociedade tudo que foi investido em nossa formação profissional. Acredito que o que falta para que isso aconteça é um olhar menos preconceituoso para essas desigualdades que estão aí - afirma Larissa.

PRODUÇÃO CIENTÍFICA
Um dado divulgado ainda em 2020 chamou a atenção e colocou a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) em evidência perante a comunidade científica internacional: a universidade é a 10ª instituição de Ensino Superior do mundo com maior produção científica realizada por mulheres.

O levantamento foi feito em 2019 pelo Centro de Estudos da Ciência e Tecnologia da Universidade de Leiden, na Holanda. No Brasil, a UFSM fica em terceiro lugar, atrás apenas da Universidade Estadual de Maringá (UEM), segunda colocada no ranking, e da Universidade de São Paulo (Unifesp), na oitava posição.

De um total de 2.031 docentes, 942 (46,4%) são mulheres na UFSM. Destas, 83% possuem doutorado. Embora o número de docentes mulheres seja menor que o de homens, a autoria de artigos feitos por pesquisadoras é superior a de pesquisadores na instituição. O estudo apontou a existência de 11.227 artigos produzidos por ambos os gêneros na UFSM no período analisado. Desse número, 50,5% são de autoria feminina, o que equivale a 5.671 artigos, grande parte deles na área das Ciências Biomédicas e da Saúde.

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